FILME FAZENDA GARROTE – ARQUITETA CLAUDIA ZUPPANI

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A narrativa do filme Fazenda Garrote, projeto desenvolvido pela arquiteta Claudia Zuppani, tem como fonte de inspiração as inúmeras histórias de pessoas de origem rural que tiraram do campo a fonte para se tornarem bem sucedidas. O reflexo desse povo tipicamente goiano, com a sua calorosa receptividade, que constroem uma casa não só para si, mas para abrigar também familiares e amigos. “O filme desfila muito do projeto da arquiteta e tem a capacidade de se conectar com o espectador por meio da identificação de vida”, garante Jean Bergerot, que assina a direção do curta-metragem. 

O projeto de dois mil metros quadrados executado pela arquiteta tem como diferencial a harmonização entre arquitetura e natureza. Elementos rústicos como a madeira, tijolos e telha aparente foram inseridos para evidenciar o aconchego e o intimismo, em contraponto com alguns elementos mais contemporâneos. A profissional se preocupou em garantir alguns pontos importantes elencados pelos moradores, como a ventilação cruzada, o destaque para as varandas, pilares de madeira e o telhado em cerâmica aparente. Uma piscina com borda infinita homenageia o lago e para garantir maior sombreamento, a estrutura da varanda acompanha parte do percurso da piscina. “É como se a arquitetura entrasse fazendo uma reverência à grandiosidade da natureza”, filosofa Claudia Zuppani.

Fugir da obviedade, focar no bem-viver do cliente e estar atento às novidades do mercado são os pilares que sustentam o escritório de arquitetura, liderado pela profissional Cláudia Zuppani. Ao longo dos seus mais de 25 anos de carreira, a profissional se destaca principalmente no quesito humanidade dos seus projetos, privilegiando a vida dentro da arquitetura. Apaixonada por poesias e por textos, a arquiteta Cláudia Zuppani afirma se comunicar melhor através das mãos, desenhando ou escrevendo.

Confira o texto de narração do filme Fazenda Garrote na íntegra:

Olhando de cima tudo parece de brinquedo.

Sabe, eu sempre quis reunir no mesmo sonho, na mesma casa, todo mundo que mora aqui, dentro de mim.

O céu é testemunha do tanto de arado e enxada que gastou para que esse tempo chegasse.

Mas seu falar que deu muito trabalho é um pouco de mentira.

Como é que eu posso chamar de trabalho uma coisa que eu faço por gosto?

Tudo que eu sei aprendi com meu pai, que aprendeu com o pai dele há muito tempo atrás.

De mexer na terra, na criação e de respeitar e entender a chuva, o sol.

Aprendi demais que se não for para fazer com capricho não vale nem a pena.

A terra foi generosa. Ah, isso foi! Deu fartura, deu colheita.

Deus me deu muita saúde, me deu de presente uma família que me encheu as tulhas da vida de orgulho e de amor.

E até me abençoou também com uma gleba de amigos de primeira linhagem que me faz acreditar que tudo nessa vida vale muito à pena.

Uma casa bonita só tem sentido se eu conseguir enxergar nela a felicidade que eu vivo.

Sabe, tem gente que fala que a minha casa é muito grande.

É nada. Nela não cabe nem metade do povo por quem tenho apreço e gratidão nessa vida.

É gente demais!

Veja também a inspiração de David Bastos para construir uma piscina suspensa em um de seus projetos.

Ficha técnica: FILME FAZENDA GARROTE - ANUAL DESIGN

PROJETO claudia zuppani

DIREÇÃO jean bergerot

CINEGRAFIA agamenom mariz

IMAGENS AÉREAS felipe pereira

EDIÇÃO wesley azevedo

COR paulo machado

PRODUÇÃO maria carolina verçosa

TRILHA SONORA júlio queiroz

VOZ rinaldo barra

TEXTO jean bergerot

AGRADECIMENTOS henrique fernandes borges, josé carlos garrote de souza, lucas vilas boas l. carvalho, maria flávia perillo vieira e souza, marcos barcelos frança, rimarck vieira de carvalho, wilian wilson santos, equipe escritório claudia zuppani, equipe de funcionários da ssa e fazenda garrote

COMENTÁRIOS

  • José Roberto Lopez - 16/05/2018 16h10
    Belíssimo trabalho Cláudia. Parabéns!

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