BISPO DO ROSÁRIO EM VENEZA

Obras do artista brasileiro que viveu 50 anos em manicômio são escolhidas para participar da Bienal de Veneza 2013.

Influenciador de grandes artistas brasileiros, como Siron Franco e Helio Oiticica, Arthur Bispo do Rosário foi um sergipano que, após trabalhar na Marinha e ser empregado na casa de uma família tradicional carioca, foi diagnosticado como esquizofrênico-paranóico e internado por mais de 50 anos na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá.



Durante seus anos de reclusão, produziu um grande acervo de arte que inclui pinturas, bordados, estandartes e objetos feitos a partir de roupas, lençóis e sucatas encontrados no manicômio. Mesmo sem uma formação artística e considerado um desajustado, sua obra, quando descoberta, foi classificada como vanguardista e comparada à de Marcel Duchamp.




Como uma forma de resgatar o trabalho de Bispo do Rosário, a Bienal de São Paulo do ano passado deu posição de destaque às obras do artista, que também ganhou espaço na Bienal de Lyon, na França. Este ano, o curador da Bienal de Veneza, Massimiliano Gioni, escolheu o sergipano para participar do evento.



Na mostra intitulada O Palácio Enciclopédico, o público global poderá conferir uma seleta parte da produção que o brasileiro realizou entre os anos 1939 e 1989. Na última edição da bienal italiana, com curadoria da suíça Bice Curiger, não havia brasileiros na mostra principal.



Informações sobre os trabalhos que serão levados a Veneza serão divulgadas em breve pela fundação que administra seu acervo.