VIK MUNIZ
O artista brasileiro que ganhou visibilidade mundial fazendo instalações e imagens com materiais que vão do diamente ao lixo.
Publicado em: 10/02/2013
Ele nasceu na São Paulo do início dos 60, filho de um garçom e de uma telefonista. Migrou para Nova York em 1983, onde pretendia estudar inglês por seis meses e retornar para sua terra natal. Vinte e seis anos depois, suas releituras de clássicos da história da arte feitas com geléia e pasta de amendoim o tornaram um dos artistas contempor‰neos mais influentes de sua geração. A história de Vik Muniz é assim como sua arte, improvável, impensada e completamente surpreendente.

E se há vinte anos Muniz era obrigado a passar as noites de inverno em abrigos de Nova York, atualmente o artista não sofre do mesmo mal de gênios como Van Gogh e Aleijadinho, que morreram pobres e esquecidos. Pelo contrário, goza de um prestígio que poucos brasileiros já experimentaram, possuindo obras em museus de renome como o Tate Modern e o Victoria & Albert Museum, em Londres, o Getty Institute, em Los Angeles e o MAM de São Paulo. Além disso, Vik Muniz foi o primeiro brasileiro a ser convidado para curadoria do Artist’s Choice, projeto criado pelo MoMa no qual os artistas organizam uma exposição de acordo com seus critérios, contando com todo o acervo do museu.

E se atualmente somos bombardeados a todo instante com imagens e fotografias, o trabalho de Vik Muniz serve para lembrar que o efêmero também pode ser transformado em arte. Apesar de ter iniciado sua carreira artística muito cedo, ainda na década de 70, foi somente em 1995 que o trabalho de Vik Muniz começou ser reconhecido. Naquele ano sua série Sugar Children, composta de retratos de filhos dos trabalhadores de canaviais caribenhos recriados com açúcar, chamou a atenção do crítico de artes do New York Times Charles Haggan, que fez com que a carreira de Muniz fosse alavancada de maneira meteórica.

O talento de transformar o efêmero em eterno através da fotografia e o potencial popular da arte de Vik Muniz – que assim como Andy Wahrol utiliza figuras, quadros e rostos famosos para realizar suas obras – tornaram-se marcas registradas do artista. Chocolate, diamante, caviar, sucata, brinquedos de plástico e macarrão são alguns dos muitos materiais utilizados, transformados em novas vers›es da Mona Lisa e da Santa Ceia ou em retratos de Sophia Loren e Liz Taylor que mexem com o imaginário popular.

“Lixo Extraordinário” (Waste Land, 98 minutos, 2010) é uma de suas obras mais recentes e foi
premiado nos festivais de Sundance e de Berlim em 2010, chegando a concorrer ao Oscar de 2011, na categoria Melhor Documentário. O documentário levou três anos para ficar pronto e foi filmado em grande parte em um dos maiores aterros sanitários do mundo, o Jardim Gramacho em Duque de Caxias, Zona Norte do Rio de Janeiro. Algumas cenas, no entanto, foram rodadas na Inglaterra, como o leilão da casa Phillips de Pury & Company, em Londres, quando obras de Vik são arrematadas. A montagem do filme, que foi dirigido pela inglesa Lucy Walker e tem codireção dos brasileiros João Jardim e Karen Harley, além de enfocar a vida de Vik Muniz, mostra a história de dez moradores do lixão que sobrevivem da venda do material reciclável. O longa-metragem consegue retratar o drama dos catadores sem apelação piegas, com um roteiro que explora o universo inusitado de seus personagens reais.

Vik não usou nomes fictícios no filme, os nomes verdadeiros dos moradores foram mantidos. A equipe de filmagem conseguiu encontrar pessoas reais interessantes para a obra. Zumbi é um destes achados. Conhecido como o intelectual do Jardim Gramacho, ele é catador de lixo desde os nove anos de idade. “Nós ficamos sabendo que quando ele encontra um livro, ele o leva para uma biblioteca montada no barraco dele, a qual todos os moradores têm acesso. Ele não vê apenas material reciclável, ele pega tudo”, conta Vik. Isis, outra personagem do filme, chama a atenção pelo estilo fashion. Ela adora moda, e odeia ser catadora de papel. Muniz está no auge de sua carreira. A convite da Rede Globo, produziu três instalações feitas com lixo a partir da foto de um casal se beijando. As obras foram filmadas e serviram de abertura para a novela “Passione”. O artista também está em destaque na cena internacional, devido a seu talento único e a junção de dois conceitos bem contraditórios: lixo e arte.

E se há vinte anos Muniz era obrigado a passar as noites de inverno em abrigos de Nova York, atualmente o artista não sofre do mesmo mal de gênios como Van Gogh e Aleijadinho, que morreram pobres e esquecidos. Pelo contrário, goza de um prestígio que poucos brasileiros já experimentaram, possuindo obras em museus de renome como o Tate Modern e o Victoria & Albert Museum, em Londres, o Getty Institute, em Los Angeles e o MAM de São Paulo. Além disso, Vik Muniz foi o primeiro brasileiro a ser convidado para curadoria do Artist’s Choice, projeto criado pelo MoMa no qual os artistas organizam uma exposição de acordo com seus critérios, contando com todo o acervo do museu.

E se atualmente somos bombardeados a todo instante com imagens e fotografias, o trabalho de Vik Muniz serve para lembrar que o efêmero também pode ser transformado em arte. Apesar de ter iniciado sua carreira artística muito cedo, ainda na década de 70, foi somente em 1995 que o trabalho de Vik Muniz começou ser reconhecido. Naquele ano sua série Sugar Children, composta de retratos de filhos dos trabalhadores de canaviais caribenhos recriados com açúcar, chamou a atenção do crítico de artes do New York Times Charles Haggan, que fez com que a carreira de Muniz fosse alavancada de maneira meteórica.

O talento de transformar o efêmero em eterno através da fotografia e o potencial popular da arte de Vik Muniz – que assim como Andy Wahrol utiliza figuras, quadros e rostos famosos para realizar suas obras – tornaram-se marcas registradas do artista. Chocolate, diamante, caviar, sucata, brinquedos de plástico e macarrão são alguns dos muitos materiais utilizados, transformados em novas vers›es da Mona Lisa e da Santa Ceia ou em retratos de Sophia Loren e Liz Taylor que mexem com o imaginário popular.

“Lixo Extraordinário” (Waste Land, 98 minutos, 2010) é uma de suas obras mais recentes e foi
premiado nos festivais de Sundance e de Berlim em 2010, chegando a concorrer ao Oscar de 2011, na categoria Melhor Documentário. O documentário levou três anos para ficar pronto e foi filmado em grande parte em um dos maiores aterros sanitários do mundo, o Jardim Gramacho em Duque de Caxias, Zona Norte do Rio de Janeiro. Algumas cenas, no entanto, foram rodadas na Inglaterra, como o leilão da casa Phillips de Pury & Company, em Londres, quando obras de Vik são arrematadas. A montagem do filme, que foi dirigido pela inglesa Lucy Walker e tem codireção dos brasileiros João Jardim e Karen Harley, além de enfocar a vida de Vik Muniz, mostra a história de dez moradores do lixão que sobrevivem da venda do material reciclável. O longa-metragem consegue retratar o drama dos catadores sem apelação piegas, com um roteiro que explora o universo inusitado de seus personagens reais.

Vik não usou nomes fictícios no filme, os nomes verdadeiros dos moradores foram mantidos. A equipe de filmagem conseguiu encontrar pessoas reais interessantes para a obra. Zumbi é um destes achados. Conhecido como o intelectual do Jardim Gramacho, ele é catador de lixo desde os nove anos de idade. “Nós ficamos sabendo que quando ele encontra um livro, ele o leva para uma biblioteca montada no barraco dele, a qual todos os moradores têm acesso. Ele não vê apenas material reciclável, ele pega tudo”, conta Vik. Isis, outra personagem do filme, chama a atenção pelo estilo fashion. Ela adora moda, e odeia ser catadora de papel. Muniz está no auge de sua carreira. A convite da Rede Globo, produziu três instalações feitas com lixo a partir da foto de um casal se beijando. As obras foram filmadas e serviram de abertura para a novela “Passione”. O artista também está em destaque na cena internacional, devido a seu talento único e a junção de dois conceitos bem contraditórios: lixo e arte.