12 Projetos com concreto no centro-oeste do Brasil
Material predileto do movimento moderno, ao lado do vidro o concreto rompeu alguns paradigmas da arquitetura do início do século passado ao oferecer a possibilidade da planta livre e de amplas aberturas para a luz natural.
Publicado em: 15/02/2019
Material predileto do movimento moderno, ao lado do vidro o concreto rompeu alguns paradigmas da arquitetura do início do século passado ao oferecer a possibilidade da planta livre e de amplas aberturas para a luz natural. Combinado ao aço, armado, permitiu à arquitetura grandes vãos que, para além dos aspectos puramente funcionais, ditaram o tom do modernismo mundial e, sobretudo, no Brasil.
Mais de um século se passou desde os primeiros experimentos com concreto armado e o material continua sendo amplamente empregado na arquitetura contemporânea produzida em nosso país. Nem sempre por necessidades estruturais, nota-se, mas acima de tudo por suas características físicas e táteis que podem render aos espaços atmosferas distintas.
Bruto, sem
revestimentos ou polimento, traz à arquitetura um aspecto, de certo modo, cru
ou frio, ao mesmo tempo que conota rigidez e permanência da obra. Com estas
características, o concreto foi bastante explorado no brutalismo paulista em
projetos de infraestrutura, por exemplo.
Em projetos
residenciais, costuma ser moldado em fôrmas metálicas que garantem um
acabamento liso, ou recebe polimento com ceras que o tornam menos poroso e lhe
dão brilho. Em ambos os casos, o resultado é elegante e simples.
Polido, revestido
ou bruto; na forma de painéis cimentícios ou piso; usado internamente ou nas
fachadas; à vista ou percebido apenas no virtuosismo das formas. Para ilustrar
diferentes usos do concreto - alguns menos evidentes que outros,
manifestando-se, por exemplo, no chão de um estacionamento ou numa estrutura
revestida - compilamos algumas obras construídas nos últimos dois anos na
região centro-oeste do Brasil.
Os arquitetos Alex Dalcin e Tati Tavares criaram um projeto cuja estrutura principal é circundada por diversas árvores frutíferas e por uma ampla varanda aberta. A piscina é a grande estrela, sendo que a sauna, instalada no subsolo, possui um visor que lhe dá acesso visual. Como optaram por uma estrutura que mescla metal e concreto, foi possível executar um vão de 26 metros. A dupla propôs um grande jardim vertical com espelho d’água para dar a sensação de trazer o quintal e a piscina para dentro da varanda. Essa brincadeira entre dentro e fora criou uma dinâmica interessante no ambiente. Uma clarabóia, inserida sobre a varanda, garante melhor iluminação natural e conforto térmico. A combinação monocromática entre os materiais e a marcenaria colaboraram para o realce do verde imponente do jardim vertical, e também para realçar a madeira do forro. Outra harmonização muito sutil diz respeito aos materiais inseridos no layout, como pedras naturais, madeira e concreto. Assim, conseguiu-se uma sofisticação despretensiosa e aconchego absoluto.
Arquitetos: Alex Dalcin e Tati Tavares
Local: Goiânia - GO
Ano: 2017
As arquitetas Andréia Spessatto e Náira Sá se inspiraram em referências acerca dos conceitos brutalismo e minimalismo para conceber o projeto desta loja, que tem como foco principal a música traduzida como arte. Como o espaço é destinado à venda de ingressos dos festivais Villa Mix e dos produtos da marca, era preciso um ambiente arrojado e atual. Dessa forma, o layout ganhou uma atmosfera contemporânea, com movimento, cores e referências sensoriais, o que foi realizado com o uso de painéis de LED na fachada e na testeira da loja, bem como com a utilização de televisões atrás do balcão. Para contrastar com as linhas puras e brutas das paredes e do balcão, a dupla inseriu um lustre clássico, o sofá em capitonê e o tapete persa. As plantas foram utilizadas para traduzir leveza e frescor ao ambiente.
Arquitetas: Andréia Spessatto e Náira Sá
Local: Goiânia - GO
Ano: 2017
A identidade dinâmica e ousada da arquiteta Claudia Zuppani está refletida nas paredes e no mobiliário de seu escritório: sofisticação, conteúdo e contemporaneidade. Quem chega ao escritório, sente-se acolhido pelos tons quentes e pela inspiração do estilo industrial, com as tubulações aparentes, por exemplo. Existe, ao mesmo tempo, um contraponto mais sóbrio no design de alguns itens do mobiliário e na cor cinza, combinada com a preta, utilizada no revestimento. Os ambientes foram delimitados de acordo com a função de cada espaço, visando conforto e funcionalidade. Os móveis primam pelo visual despojado e pelo aspecto contemporâneo, harmonizando aconchego com uma estética apurada. Siron Franco, Pitágoras e Andy Warhol convivem e embelezam as paredes em harmonia.
Arquiteta: Claudia Zuppani
Local: Goiânia - GO
Ano: 2017
Os irmãos Eduardo e Karla Bittar assinam este projeto residencial para um casal maduro com uma família numerosa. A união familiar e o prazer por receber inspiraram a dupla de arquitetos. Desse modo, a casa prima por uma arquitetura modernista, com linhas retas e alongadas, sem jogo de volume e com grandes beirais, que além de serem os grandes integradores da residência com a natureza, promovem iluminação e ventilação cruzada. Uma escada ampla e limpa na fachada leva ao hall de entrada, que se abre para a varanda. As salas de estar e de jantar são integradas de forma retangular e possuem portas de vidro transparente dos dois lados, fazendo uma ligação visual com o exterior e com o pátio interno. Uma vez abertas, essas portas permitem também a integração com a área do deque, da piscina e com o jardim. Os vidros que dão para a rua recebem painéis vazados em madeira para proteger do sol, garantindo privacidade e aconchego. Destaque, tanto na forma bruta como na cor, para os revestimentos neutros e despretensiosos nos tons naturais da madeira, do cimento e dos tijolos. Ainda compõem o mobiliário nomes como Sergio Rodrigues, Frank Gehry, Zanini de Zanine e Jader Almeida.
Arquitetos: Eduardo Bittar e Karla Bittar
Local: Anápolis - GO
Ano: 2017
O primeiro coworking de Goiás, sediado no estacionamento de um shopping na capital goiana, tem assinatura das irmãs Cynara e Karina de Siqueira. Elas tomaram partido da estrutura em aço do shopping para fazer um edifício que remetesse a um grande container, trazendo personalidade para o projeto. A divisão dos ambientes se deu em recepção, sala de produção, café, sala multiuso e depósitos. A transparência foi um fator favorável, deixando o interior exposto e assim servindo como uma espécie de convite para entrar. Os materiais rústicos e as cores vivas dialogam com boa iluminação e ainda com o espaço de transição para o estacionamento. Por se tratar de um clube de costura, as cores das linhas, botões e todos os utensílios foram utilizados como elementos decorativos. Nos pilares existentes, foi feito tratamento corten. Outro recurso utilizado pelas arquitetas foi o de aproveitar as esquadrias de fachada existentes, garantindo a incidência de iluminação natural e também a ventilação.
Arquitetas: Cynara Siqueira e Karina de Siqueira
Local: Goiânia - GO
Ano: 2017
A dupla Cristiane Belchior e Janice Mendes concebeu esta casa em três níveis, sendo que, no térreo, acontecem as atividades sociais e de serviço, no piso inferior estão a piscina e o gazebo para meditação, e no pavimento superior, a área íntima. Após a finalização do projeto arquitetônico, o proprietário adquiriu o lote vizinho, o que possibilitou refazer o estudo dos ambientes do pavimento térreo e o desmembramento da área de serviço do corpo da casa. Estruturada em concreto armado, a fachada tem linhas retas e limpas. Uma proposta das profissionais foi inserir elementos naturais que completassem a arquitetura da casa, de modo que a área verde ganhasse maior destaque. Na área de lazer, três palmeiras foram implantadas dentro da piscina, o que deu um toque de exclusividade ao espaço. No interior, a busca por atemporalidade resultou em composições que mesclam o clássico e o contemporâneo. Assim, toques de cores mais vivas quebraram a predominância da base neutra que compõe os layouts, imprimindo mais personalidade ao projeto.
Arquitetas: Cristiane Belchior e Janice Mendes
Local: Campo Grande - MS
Ano: 2017
Uma arquitetura minimalista, com formas puras e volumes marcantes, garantida principalmente pela estrutura em concreto armado. Este projeto corporativo, assinado pelo escritório Delmondes Arqui & Decor, tem como norte a suavidade. A distribuição dos ambientes, assim como a articulação dos espaços, foi baseada em funcionalidade e conforto. A escolha dos materiais é caracterizada pela contemporaneidade e pela harmonia entre os produtos, além da intenção de evidenciar as formas arquitetônicas. Para garantir isolamento térmico e acústico para os ambientes, os profissionais investiram em revestimentos de parede, telhas isotérmicas e pérgolas. Na fachada, a dupla utilizou uma inspiração minimalista para ressaltar, de forma especial, o nome da clínica, fixado em um rasgo que vasa a estrutura. Na área da recepção, o grande balcão parece flutuar sobre o piso, enquanto o jardim que contorna a lateral dos ambientes, com um pergolado infinito, parece abraçar o projeto.
Escritório: Delmondes Arqui & Decor
Arquitetos: Paulo Delmondes e Luan Delmondes
Designer de Interiores: Vera Maria Delmondes
Local: Campo Grande - MS
Ano: 2017
A Casa Raiz, idealizada pelo arquiteto José Alves Campos Júnior, expõe a personalidade de uma jovem família em um projeto de caráter próprio e independente de padrões, fruto da interação do ambiente e seus usuários. Distribuídos em 90 metros quadrados de um layout fluido, os espaços abrem a casa para receber os amigos e as coleções de arte dos moradores. Vigas e pilares foram descascados para deixar a estrutura de concreto aparente ser a moldura do apartamento. Para contrastar com a aparência bruta do material cru, o mobiliário e a marcenaria mesclam tons neutros e elementos naturais, como linho e madeira freijó, com cores fortes e vibrantes presentes nos objetos decorativos, tapetes e telas espalhados por todos os ambientes.
Arquiteto: José Alves Campos Júnior
Local: Goiânia - GO
Ano: 2018
O arquiteto Leo Romano é o responsável pelo desenho da arquitetura moderna e, ao mesmo tempo, precisa desta residência de quase 500 metros quadrados. Dispondo de um terreno regular, a casa foi implantada em formato de “L”, o que garante sombreamento à varanda e a sensação de prolongamento da área verde. Com uma linguagem arquitetônica que brinca com planos e volumes, a casa aparenta ser estruturada em duas caixas sobrepostas, desmembrada em dois pavimentos que resguardam as alas sociais e íntimas. Com estrutura convencional em concreto armado, a casa é envolvida por um biombo em vergalhão de aço e materiais nobres de acabamento, além de contar com o diferencial de ter um espelho d’água, que funciona como uma espécie de hall de acesso à casa. Para enriquecer o décor, a seleção de mobiliário primou, essencialmente, por criações de nomes brasileiros, tais como Sergio Rodrigues, Oscar Niemeyer e Jorge Zalszupin, que conseguiram trazer mais valor agregado ao produto final.
Arquiteto: Leo Romano
Local: Goiânia - GO
Ano: 2018
O desafio do Studio Nando Nunes era construir uma arquitetura simétrica, com jogos de desenhos de linhas e volumes assimétricos. Assim deu-se a concepção da Casa Dois Pilares, situada no interior de Goiás e projetada com o intuito de abrigar um casal com um filho adolescente. Privilegiando a plena circulação de ar e a entrada de luz natural, a residência conta com uma paleta de cores clean, ambientes integrados, fachadas vazadas e aberturas envidraçadas, permitindo, assim, que a iluminação natural percorra sem dificuldades por toda a área interna. Estruturada em alvenaria, materiais como aço corten, alumínio, mármore e tijolos de demolição, alcançam o contraponto ideal entre a sofisticação e a modernidade. O protagonismo fica por conta dos dois pilares de seis metros de altura fixados dentro da piscina — estrutura que nomeia o projeto —, além do design de interiores com mobiliários minimalistas e de design assinado.
Escritório: Studio Nando Nunes
Local: Palmeiras de Goiás - GO
Ano: 2018
Annelise Giordano e Gelise Almeida assinam o projeto arquitetônico e de interiores desta residência de 360 metros quadrados, localizada na capital Campo Grande. Pensada em propiciar a arte de receber bem e proporcionar o máximo bem-estar, tanto para os proprietários quanto para os familiares e amigos, a implantação do projeto foi distribuída de forma que o sol da manhã interfira positivamente nas áreas de lazer e dormitórios, além da setorização ter sido projetada para que haja interação entre os ambientes externos e internos. A escolha pelo acabamento em materiais como pedra e madeira garante asofisticação, assim como o layout em tons neutros a atemporalidade do décor.
Arquitetas: Annelise Giordano e Gelise Almeida
Local: Campo Grande - MS
Ano: 2018
Ferreira & Novaes Sociedade de Advogados
O escritório Delmondes Arqui & Decor assina este projeto corporativo que carrega formas puras e volumes marcantes, assegurados, principalmente, por sua estrutura em concreto armado. O desenho de sua arquitetura seguiu o princípio de setorizar espaços mais reservados no entorno de ambientes comuns, como a recepção e a sala de reuniões, mantendo, porém, a comunicação entre eles através do uso de aberturas de vidro. O projeto tem como ponto alto o uso de revestimentos nobres, como o mármore, decoração neutra e sofisticada, o uso de peles de vidro para a entrada e um pé-direito alto na recepção que consegue expandir a percepção de amplitude do prédio.
Escritório: Delmondes Arqui & Decor
Arquitetos: Paulo Delmondes e Luan Delmondes
Designer de Interiores: Vera Maria Delmondes
Local: Campo Grande - MS
Ano: 2018