Museu das Minas e do Metal

O prédio histórico do século XIX, localizado na Praça da Liberdade em Belo Horizonte foi reformado e recebeu ...

O prédio histórico do século XIX, localizado na Praça da Liberdade em Belo Horizonte foi reformado e recebeu um novo programa de autoria dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha. Adaptada para receber o Museu das Minas e do Metal, a construção recebeu volumes envidraçados contendo elevador e escadas, blocos em forma de “U” e um revestimento metálico em tom vermelho que a destaca. Essas intervenções visaram melhorar a circulação interna.
 
A criação do Museu faz parte de uma iniciativa do governo do estado de Minas Gerais de dar novos usos a prédios históricos que foram desocupados com a transferência da administração pública para a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. Financiado pelo grupo de mineração EBX, o Museu possui mais de 40 atrações, a maioria delas visuais e interativas. Os espaços para exposições tomam os três pavimentos, no embasamento ficam: a biblioteca, administração e reserva técnica.
 
O térreo, chamado de nível Liberdade concentra informações sobre Belo Horizonte, a Praça da Liberdade e a implantação do Museu. O primeiro pavimento apresenta o Museu das Minas e o segundo as atrações do Museu do Metal. As semelhanças com o Museu da Língua Portuguesa (Estação da Luz - São Paulo) dos mesmos arquitetos são inevitáveis, não apenas pela interatividade, mas também pelo projeto museológico de autoria de Marcelo Dantas. Como no projeto anterior, a circulação foi um ponto-chave do projeto. Mas diferente do museu paulista, o de Minas recebeu acréscimos também na parte externa, contrapondo-se à construção original.
 
Um anexo da década de 60 foi reformulado e implantou-se sobre ele um volume cego composto de chapas metálicas em tom vermelho dado pela pintura automotiva. As fundações deste bloco independem da construção anterior. Um pavimento novo em forma de “U” preencheu o vazio entre o edifício histórico e o anexo. Assim, criou-se uma galeria que se comunica com os salões expositivos do antigo prédio. O bloco contemporâneo contém dois volumes de vidro laminado por onde circulam os visitantes. No primeiro deles fica o elevador para passageiros e cargas e no segundo, no extremo norte, a escada.
 
Se no exterior, os volumes novos chamam a atenção, no interior o destaque é o grande vazio central com altura de três andares que ganhou uma cobertura envidraçada com estrutura metálica de vigas-calha. A iluminação zenital cria atmosfera agradável neste espaço. A integração entre o histórico e o contemporâneo se dá pelo diálogo entre a fachada clássica preservada e o vidro e metal utilizados na parte nova.
 
Ficha técnica:
Localização: Belo Horizonte-MG
Ano: 2006/2010
Área: 6621,65 m² terreno - 4962 m² edifício existente - 881,50 m² construída
Projete de Arquitetura: Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha
Projeto Museográfico: Marcelo Dantas
Fotos: Jomar Bragança