Pinacoteca

O projeto de reforma do edifício do antigo Liceu de Artes de Ofícios, do século XIX (1887-1900 de autoria do escritório ...

O projeto de reforma do edifício do antigo Liceu de Artes de Ofícios, do século XIX (1887-1900 de autoria do escritório Ramos de Azevedo), envolveu os arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Wellington Torres e o artista plástico Emanoel Araújo que estava à frente da direção da Pinacoteca na ocasião. O objetivo era instalar naquele espaço as novas dependências do museu artístico mais antigo de São Paulo.
 
O edifício neoclássico que estava localizado em uma das regiões, na época mais deterioradas da capital paulista, foi elevado a um dos museus mais modernos do país, capaz de receber exposições internacionais com toda estrutura e competência necessárias. O primeiro passo foi dotar o edifício de uma infraestrutura mais funcional. Foram construídos um elevador para transporte de material e de público, novos sanitários, foram ampliadas as áreas de depósitos e acervo, laboratórios de restauro e biblioteca e toda a rede elétrica foi adequada. Um projeto de iluminação foi encomendado e assinado pelo italiano Piero Castiglioni, autor de projetos para o Museu d’Orsay (Paris) e do Palazzo Grassi (Veneza).
 
A intervenção previu ainda a consolidação das estruturas em alvenaria que estavam desgastadas e a valorização dos elementos originais da arquitetura da construção. Sobre os pátios internos, os arquitetos colocaram claraboias planas com estrutura metálica reticular e vidros laminados. A cobertura foi apoiada sobre as estruturas de alvenaria, evitando a chuva no local e ampliando os espaços para exposições. As estruturas transparentes também trouxeram luz natural para o interior do edifício.
 
Para aumentar a incidência de luz, cerca de cem esquadrias de suspensão que vedavam os espaços foram retiradas, ficando seus vãos abertos, potencializando a perspectiva dos ambientes. Assim, a bela alvenaria portante do edifício pode ser destacada. Paulo Mendes da Rocha explica que a espacialidade foi transformada pela inserção das claraboias.
 
O espaço coberto permitiu ainda a criação de um eixo de circulação longitudinal, mudando o acesso principal do edifício para a Praça da Luz, na face sul, retirando-o da Avenida Tiradentes que possui tráfego intenso. Um prédio mais acessível ao público, histórico e moderno ao mesmo tempo, foi o resultado do projeto.
 
Ficha técnica:
Localização: São Paulo-SP
Ano: 1993/1998
Projeto de Arquitetura: Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Wellington Torres
Projeto Luminotécnico: Piero Castiglioni
Fotos: Divulgação