Auditório Ibirapuera

O desenho original do Auditório Ibirapuera é da década de 50 e considerado pelo próprio Niemeyer o mais importante ...

O desenho original do Auditório Ibirapuera é da década de 50 e considerado pelo próprio Niemeyer o mais importante do projeto do Parque do ponto de vista arquitetônico. A construção, que foi inaugurada em 2005, possui uma volumetria simples: um bloco único que em planta é um trapézio e em corte, um triângulo. É dividido em três partes: foyer, palco e plateia. Sendo que o palco possui abertura também para o exterior através de uma porta de 20 metros de largura, permitindo apresentações para uma plateia externa.
 
Acompanhando os demais prédios do Parque, o edifício é todo branco, feito em concreto armado com pintura impermeabilizante. Os destaques são a marquise de acesso e a porta do fundo, ambas em um vibrante vermelho. A marquise, que marca o acesso principal, é um volume semelhante a uma labareda em metal e dá identidade ao prédio, diferenciando-o dos demais.
 
A simplicidade externa é acompanhada no interior da construção, junto à entrada na parte mais baixa está o foyer. O palco e a plateia ocupam a parte oposta e mais alta. No subsolo ficam: o bar, a administração, a escola de música e os camarins. O floyer monumental ganhou uma gigantesca escultura em gesso de Tomie Ohtake que toma parte das paredes e do forro. Na esquerda do foyer fica a rampa de acesso à plateia. O arquiteto optou por deixar a rampa somente na lateral para não prejudicar a escultura. A cor vermelha da obra não foi previamente combinada entre a artista e Niemeyer, mas gerou um diálogo espontâneo entre os dois.
 
Vale destacar ainda a saída do ar-condicionado no foyer que se dá por uma grande fresta entre o forro e as paredes laterais, são duplas e com vão de um metro, possibilitando esconder os pilares de contraventamento. E os rodapés e guarda-corpos da rampa que são em madeira. O piso da rampa ganhou um carpete vermelho.
 
A plateia possui dimensões incomuns: é larga e tem pequena profundidade, com uma configuração ovalada. As paredes receberam acabamento de ripas desencontradas. A acústica do espaço foi elogiada pela crítica musical. O subsolo é dividido em duas partes sem conexão entre si. Uma delas abriga um bar e espaço de reuniões. Na outra, que fica embaixo da plateia e do palco, ficam a administração, escola de música, camarins e sede do Instituto Música para Todos (IMIT). Destaque para o painel de Vallandro Keating que marca a área de convivência.
 
Ficha técnica:
Localização: São Paulo-SP
Ano: 2002/2005
Área: 7000 m² construída
Projeto de Arquitetura: Oscar Niemeyer
Fotos: Nelson Kon