Niemeyer na moda

Modernismo do ícone brasileiro da arquitetura inspira nova coleção da Louis Vuitton

Publicado em: 06/06/2016
O diretor criativo da aclamada grife Louis Vuitton, Nicolas Ghesquière, teve como ponto de partida o modernismo e o estilo futurista do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, para a coleção Cruise 2017. Sua influência foi tamanha, que o local escolhido para o desfile no final de maio deste ano foi o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói - obra emblemática de Niemeyer inaugurada em 1996. “Este lugar me inspirou de imediato”, declarou Chesquière em comunicado à imprensa.



Para buscar ainda mais referências da arquitetura modernista e das belezas brasileiras, o diretor esteve em Brasília vendo de perto o traçado dos edifícios ícones de Niemeyer, além de visitar Inhotim em Minas Gerais e o MASP em São Paulo, para ampliar suas referências aleatórias sobre projetos de repercussão nacional.



Como contrapartida, a grife de luxo pagou a quantia de R$1,5 milhão pelo uso do MAC e ainda se comprometeu a apoiar a programação artística do Museu pelo próximo ano, contribuindo com a realização de quatro exposições.  A primeira delas, intitulada “As coisas efêmeras”, deve estrear em junho com obras de artistas como Lygia Clark, Cildo Meireles e Antonio Dias.



Cerca de 500 vips figuraram na lista de convidados para conferir em primeira mão a proposta da marca com inspiração brasileira, o que voltou os olhos do mercado mundial da moda para o Brasil. Na passarela elíptica, cerca de 50 looks foram desfilados e exibiam cores vibrantes e cortes assimétricos mostrando diferentes leituras sobre a beleza brasileira. 



Celebridades internacionais aterrisaram por aqui para prestigiar o evento, tendo como destaques a atriz Catherine Deneuve, a sueca Alicia Vikander, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante neste ano e a atriz francesa Léa Seydoux, última Bond girl.



Vale lembrar que no ano passado, a Coleção Cruise foi lançada em Palm Springs, na Califórnia, em uma casa futurista projetada pelo arquiteto John Lautner, em 1973. Sobre a escolha deste ano, Ghesquière foi categórico ao explicar que encontrou o lugar exato onde é possível “ser transportado para um relacionamento onde a natureza, a geografia e a arquitetura se unem”.