AMY LOMBARD

Despretensão e irreverência marcam o estilo da fotógrafa estadunidense Amy Lombard.

Publicado em: 22/07/2015
Amy Lombard é um dos nomes que vem sendo reconhecidos quando se trata de irreverência. Com um olhar despretensioso, a fotógrafa de apenas 23 anos vem chamando a atenção por sua estética visual marcante e já conquistou lugar em algumas galerias internacionais.
 

 
Nascida e criada na Filadélfia, Amy Lombard teve seu primeiro contato com fotografia durante sua adolescência, segundo a mesma, por acaso, durante um curso de verão no qual se inscreveu por influência de uma amiga próxima. Devido à falta de experiência, a artista relata ter detestado o curso de início, por não conseguir fotografar, ficava totalmente insatisfeita com seus resultados: “Tudo ficava fora de foco e superexposto, eu estava convencida de que meus esforços para com a fotografia tinham chegado ao fim e eu iria me dedicar a trabalhar com moda (...)”.

Alguns meses depois, a fotografa decidiu dar uma nova chance à prática e se inscreveu em um segundo curso de fotografia, este trouxe a ela uma nova visão da profissão e de acordo com a mesma a ensinou a contar histórias através de imagens. A artista então se apaixonou pelo processo e conta que passava a maior parte de seu tempo vago viajando sozinha pelo interior do estado fazendo retratos de pessoas estranhas. 

Com dezesseis anos, Amy Lombard decidiu que seguiria uma carreira como fotógrafa e então decidiu-se mudar para Nova Iorque onde faria faculdade de fotografia. Com uma duração de quatro anos, seu bacharelado permitiu que ela tivesse contato com vários cargos da área, durante os anos de estudo Lombard trabalhou como assistente de fotografia, produtora de conteúdo para mídias sociais e assistente em uma galeria de arte.


TRABALHO
Logo no início de sua carreira Amy Lombard relata ter lidado com críticas fortes sobre seu trabalho, desde professores que afirmavam que seu trabalho não era comercial o suficiente até donos de galeria que diziam que ninguém penduraria suas peças em uma parede porque elas não eram bonitas.
De acordo com a artista as críticas nunca mudaram sua maneira de fotografar, pois ela sempre acreditou em sua estética, sua visão e diz que há sempre uma ‘hora certa’ para que as coisas aconteçam.



Com referências como Diane Arbus, Nina Leen e Barbara Crane, o trabalho da fotógrafa se caracteriza como surreal, ela traz situações ordinárias e desconcertantes, que podem ser encaradas até com um pouco de humor. Seu estilo é singular, cores fortes e o uso de um flash direto são marcas do trabalho da artista, que diz ter no flash quase que um elemento surpresa, já que este releva os pequenos detalhes que não se vê através do visor.
 

Sua última série traz com clareza suas características marcantes. Com o intuito de trazer uma crítica com relação à alimentação, com foco no fast food, e a mulher, podendo até traçar-se um paralelo entre a exigência do que se chama de ‘corpo ideal’ pela sociedade e a alimentação, Lombard traz imagens fortes.

 

A partir da mania e necessidade desenvolvida pelos internautas de postar no Instagram tudo que se faz e, claro, que se come, a fotografa decidiu tratar então do exagero dos fast foods. Num duelo de desejo e repulsa, Amy trabalha em suas imagens um conceito quase que provocante.



Com a colaboração da artista Natalie Pavloski, responsável pelas unhas, Amy criou uma coleção de imagens fortes e até intrigantes. Modelos com unhas extremamente coloridas e mesas com banquetes repletos de comidas gordurosas compõe o cenário dessa série de fotografia. A atmosfera fica por conta do flash estourado e o alto contraste causado pelas cores das comidas e dos esmaltes.
Passando pelas mais famosas redes de fast food do país (que diga-se de passagem, a fotógrafa faz questão de não esconder), a série traz uma estética marcante e controversa.


FONTES:
http://blog.photowhoa.com/amy-lombard-interview-flashy-portraits-of-unordinary-people/
http://www.itsnicethat.com/articles/amy-lombard-2
http://www.amarello.com.br/detalhe/amylombard