O NOVO LOUVRE EM ABU DHABI
Jean Nouvel assina incrível museu no Oriente Médio, onde serão expostas obras que pretendem contar a história da humanidade.
Publicado em: 25/08/2014
Em 6 de março de 2007, França e Emirados Árabes assinaram um acordo histórico no mundo das artes, no qual a França comprometia-se a compartilhar com a mais jovem nação do Golfo Pérsico uma de suas maiores instituições culturais, o Museu do Louvre, e todo o savoir-faire em torno desta. De um projeto ousado, complexo e inédito, nascia o Louvre Abu Dhabi, o primeiro Museu Universal do mundo Árabe.
Maquetes do museu
Uma parceria que vai além do intercâmbio de obras de arte de valor imensurável, e pretende estabelecer o diálogo entre culturas e religiões em uma região geográfica extremamente simbólica para a história da humanidade. Com inauguração prevista para 2015, o novo museu conta com projeto arquitetônico do renomado arquiteto francês Jean Nouvel e com acervo próprio de aproximadamente 400 peças até o momento, reunidas aos poucos desde 2009.
Osman Hamdi Bey, Jeune Émir à L’étude, Istambul, 1878, @LouvreAbuDhabi / @agencephotoF
O acervo, minuciosamente selecionado por uma equipe de museólogos de ambas nacionalidades, pretende contar a história da humanidade, das religiões, civilizações e ideologias através de um patrimônio artístico e arqueológico mundial carregado de mensagens universalistas e humanistas, que vai do neolítico ao contemporâneo, pelas mãos dos mais icônicos artistas como Manet, Bellini, Magritte, Gauguin, Mondrian e Picasso. Embora o acervo multicultural não conte com nenhum nu feminino em suas obras, a iniciativa não deixa de ser uma ousadia cultural inédita para o jovem país, imerso em uma região de forte e indiscutível tradição islâmica.
Desde sua independência do Reino Unido em 1971, os Emirados Árabes vêm investindo todos os seus petrodólares em uma tentativa audaciosa de mudar uma imagem maculada dos países islâmicos, e buscam uma paridade cultural com o mundo globalizado, ainda que dentro dos princípios islâmicos. Conhecido como a Suíça do Oriente Médio, o país abstém-se ao máximo das tensões existentes na região e investe pesado em educação, arquitetura moderna e cultura. O resultado tem sido um crescente número de turistas na região, que desfrutam de muito luxo, arte e história (as mais antigas construções da região datam de 5500 a.c.). Em 2012 o país recebeu 2,4 milhões de visitantes.
Ministra da Cultura Aurélie Filippetti e autoridades dos Emirados Árabes Unidos em visita à exposição “Louvre Abu Dhabi: O Nascimento de um Museu”, em Paris.
Lembrando que o Louvre é gerido pelo governo, portanto o acordo é intergovernamental e contempla, além do empréstimo do nome Louvre por 30 anos, uma agenda de exposições temporárias oriundas não só do acervo do Louvre, mas de todos os demais museus do Estado, sob a gestão da Associação de Museus Nacionais da França, dentre eles: o Centro Pompidou, Museu D’Orsay, Museu de Versailles, Museu Rodin, Grand Palais e mais. Para sustentar tamanha responsabilidade, o acordo prevê paralelamente um programa universitário de pós graduação em museologia e artes que já está em vigor entre as Universidade dos Emirados Árabes Unidos em Abu Dhabi e Université de Sorbone – Paris IV, que visa promover o intercâmbio estudantil e profissional, e formar museólogos, conservadores e restauradores devidamente aptos a lidar com as coleções.
Em recente exposição no Louvre, em Paris, intitulada “O Nascimento de um Museu”, os franceses puderam apreciar de antemão uma amostra de 160 peças que irão compor a coleção permanente do Louvre Abu Dhabi, bem como a futura disposição das mesmas no projeto museológico inédito do novo espaço projetado pelo ganhador do Pritzker, Jean Nouvel. Uma concepção nova de vivência em museu na qual natureza, arquitetura e acervo se unem em uma só experiência. O Anual Design selecionou algumas obras do acervo permanente do museu, dentre elas, uma colagem inédita de Picasso de 1928.
Pablo Picasso, Portrait of a Lady, 1928 © LouvreAbuDhabi
Buddha Head, Norte da China, século VI, mármore Branco, © Louvre Abu Dhabi. Foto: Thierry Ollivier
Lion Bracelet Ziwiye, Irã, século VIII-VII a.c., @LouvreAbuDhabi
Giovanni Bellini, Vierge à l’enfant, 1480-1485, óleo sobre tela, @LouvreAbuDhabi
Bactrian Princess, 3000 a.c., Asia Central, @LouvreAbuDhabi
Maquetes do museu
Uma parceria que vai além do intercâmbio de obras de arte de valor imensurável, e pretende estabelecer o diálogo entre culturas e religiões em uma região geográfica extremamente simbólica para a história da humanidade. Com inauguração prevista para 2015, o novo museu conta com projeto arquitetônico do renomado arquiteto francês Jean Nouvel e com acervo próprio de aproximadamente 400 peças até o momento, reunidas aos poucos desde 2009.
Osman Hamdi Bey, Jeune Émir à L’étude, Istambul, 1878, @LouvreAbuDhabi / @agencephotoF
O acervo, minuciosamente selecionado por uma equipe de museólogos de ambas nacionalidades, pretende contar a história da humanidade, das religiões, civilizações e ideologias através de um patrimônio artístico e arqueológico mundial carregado de mensagens universalistas e humanistas, que vai do neolítico ao contemporâneo, pelas mãos dos mais icônicos artistas como Manet, Bellini, Magritte, Gauguin, Mondrian e Picasso. Embora o acervo multicultural não conte com nenhum nu feminino em suas obras, a iniciativa não deixa de ser uma ousadia cultural inédita para o jovem país, imerso em uma região de forte e indiscutível tradição islâmica.
Desde sua independência do Reino Unido em 1971, os Emirados Árabes vêm investindo todos os seus petrodólares em uma tentativa audaciosa de mudar uma imagem maculada dos países islâmicos, e buscam uma paridade cultural com o mundo globalizado, ainda que dentro dos princípios islâmicos. Conhecido como a Suíça do Oriente Médio, o país abstém-se ao máximo das tensões existentes na região e investe pesado em educação, arquitetura moderna e cultura. O resultado tem sido um crescente número de turistas na região, que desfrutam de muito luxo, arte e história (as mais antigas construções da região datam de 5500 a.c.). Em 2012 o país recebeu 2,4 milhões de visitantes.
Ministra da Cultura Aurélie Filippetti e autoridades dos Emirados Árabes Unidos em visita à exposição “Louvre Abu Dhabi: O Nascimento de um Museu”, em Paris.
Lembrando que o Louvre é gerido pelo governo, portanto o acordo é intergovernamental e contempla, além do empréstimo do nome Louvre por 30 anos, uma agenda de exposições temporárias oriundas não só do acervo do Louvre, mas de todos os demais museus do Estado, sob a gestão da Associação de Museus Nacionais da França, dentre eles: o Centro Pompidou, Museu D’Orsay, Museu de Versailles, Museu Rodin, Grand Palais e mais. Para sustentar tamanha responsabilidade, o acordo prevê paralelamente um programa universitário de pós graduação em museologia e artes que já está em vigor entre as Universidade dos Emirados Árabes Unidos em Abu Dhabi e Université de Sorbone – Paris IV, que visa promover o intercâmbio estudantil e profissional, e formar museólogos, conservadores e restauradores devidamente aptos a lidar com as coleções.
Em recente exposição no Louvre, em Paris, intitulada “O Nascimento de um Museu”, os franceses puderam apreciar de antemão uma amostra de 160 peças que irão compor a coleção permanente do Louvre Abu Dhabi, bem como a futura disposição das mesmas no projeto museológico inédito do novo espaço projetado pelo ganhador do Pritzker, Jean Nouvel. Uma concepção nova de vivência em museu na qual natureza, arquitetura e acervo se unem em uma só experiência. O Anual Design selecionou algumas obras do acervo permanente do museu, dentre elas, uma colagem inédita de Picasso de 1928.
Pablo Picasso, Portrait of a Lady, 1928 © LouvreAbuDhabi
Buddha Head, Norte da China, século VI, mármore Branco, © Louvre Abu Dhabi. Foto: Thierry Ollivier
Lion Bracelet Ziwiye, Irã, século VIII-VII a.c., @LouvreAbuDhabi
Giovanni Bellini, Vierge à l’enfant, 1480-1485, óleo sobre tela, @LouvreAbuDhabi
Bactrian Princess, 3000 a.c., Asia Central, @LouvreAbuDhabi