ÁGUA DO MAR VIRA OBRA DE ARTE

Artista japonês cria instalação com mais de 3 mil potes de vidro para chamar a atenção à preservação do mar da ilha Takami.

Publicado em: 09/02/2014
Nossa percepção de mundo é como uma lente: é necessário, de tempos em tempos, trocar a lente para compreender melhor o que acontece à nossa volta. Ficar preso ao mesmo modo de enxergar a vida e as relações, aos poucos, vai nos cegando e, assim, deixamos de conhecer novas oportunidades, novos pensamentos, novas ideologias. Fazendo dessa metáfora uma instalação literal, o artista japonê Toshihiro Komatsu resolveu explorar de maneira bastante cognitiva um problema que afeta a todos: a poluição das águas.



No caso da instalação Sea Room, mais especificamente, o mar interno da ilha Takami, em Kagawa, no Japã. Para “mudar as lentes” dos espectadores, ele empilhou 3 mil potes cheios de água do mar, criando um pavilhão de forma irregular, cujo traço se assemelha à forma da ilha.



Transparente e irregular, a instalação foi exibida no Setouchi International Art Festival em 2013 e, convidando o espectador a uma espécie de imersão à seco, questiona o uso deste recurso essencial para região. De dentro do Sea Room, o visitante vê sua percepção tradicional da água alterada graças ao vidro dos potes.





Toshihiro Komatsu nasceu em 1966 na cidade de Haamatsu, no Japão, mas vive e trabalha atualmente em Kyoto. Além das obras que assina e expõe em museus de todo o mundo, como o Wimbledom College of Art de Londres e o Youkobo Art Space, em Tóquio, dá aulas no departamento de Fine Arts da Faculdade de Arte na Universidade Kyoto Seika.