MÉXICO GANHA MUSEU ASSINADO POR DAVID CHIPPERFIELD

Arquitetura ousada e materiais mexicanos são as principais características do museu aberto no final de 2013.

Publicado em: 20/01/2014
A Cidade do México, capital do país, conta agora com mais uma importante atração cultural, o Museo Jumex, da Funcadión Jumex Arte Contemporáneo. Localizado em Polanco, área nobre da cidade, o museu com 1.600 m² de área expositiva apostou na arquitetura arrojada do inglês David Chipperfield para não só inserir-se no roteiro cultural da cidade, mas também para valorizar o que há de melhor na arte contemporânea do país.



Inaugurado em novembro de 2013, o prédio de volumes triangulares utiliza materiais tipicamente mexicanos, com o concreto branco e a pedra Xalapa e está dividido em cinco pavimentos: dois são usados para expor obras de arte, um terceiro está destinado para programas educacionais e acadêmicos, outro para livraria e café e o quinto ficou reservado para a administração do museu.







De acordo com Chipperfield, a ambição do projeto foi criar um espaço mais formal e institucional para a fundação, que até então tinha sede em uma cidade a 30 km da capital, em Ecatepec de Morelos. “As questões eram: como a fundação gostaria de ser apresentada ao público? Que tipo de espaços funcionam melhor para a arte? Como ele vai se relacionar com a cidade?  E ainda foi preciso ponderar como executar um projeto no México, como otimizar a luz natural e temperatura”, explica o arquiteto. Pensando nestes aspectos, Chipperfield explorou as possibilidades de aberturas e fechamentos de forma mais radical do que em projetos europeus e superou o desafio de captar a luz solar em um terreno que está cercado de grandes edifícios. O resultado é uma edificação de características fortes e personalidade – o teto triangular é responsável por estes dois aspectos.





Com identidade singular, o resultado superou as expectativas do profissional, que em um primeiro momento estava receoso com a qualidade da construção mexicana. Ele, no entanto, afirma que o trabalho está à altura de grandes construções de qualquer outro lugar do mundo, sendo o primeiro piso um dos seus preferidos. “É um espaço onde a mudança do interior para o exterior acontece de forma sutil, apesar da forte personalidade, e combina com a localização de esquina do lote”, justifiica.





O Museo Jumex pretende receber cerca de seis exposições por ano e conta com um acervo de mais de 2.600 obras, a maioria delas da coleção de particular de Eugenio López, um dos mais conhecidos colecionadores de arte da América Latina e magnata da indústria alimentícia. Artistas mexicanos e internacionais, entre eles 13 brasileiros (entre eles Adriana Varejão, Cao Guimarães, Vik Muniz e Valeska Soares) compõem o acervo.

O ARQUITETO



Sir David Chipperfield abriu seu escritório David Chipperfiielld Architects em 1985. Foi professor de arquitetura na Staatliche Akademie der Bildenden Kuenste, Stuttgart, de 1995 a 2001 e, em 2011, atuou em Yale. Ministrou palestras ao redor do mundo e participou em 2013 como curador da 13a International Architecture Exhibition na Bienal de Veneza.
Recebeu prêmios importantes como Heinricch Tessenow Gold Medal, Wolf Foundation Prize in the Arts e, em 2011, recebeu a RIBA Royal Golden Medal para arquitetura como reconhecimento de sua obra. Entre seus projetos mais conhecidos estão o Liangzhu Culture Museum, na China, o Riber and Rowing Museum, na Inglaterra, e a reconstrução do Neues Museum, em Berlim.