DOSE DUPLA DE TOMIE OHTAKE

Instituto Tomie Ohtake e Museu de Arte do Rio abrem exposições para celebrar o centenário da artista.

Publicado em: 20/12/2013
No dia 21 de novembro Tomie Ohtake completou 100 anos e, para celebrar a vida e obra desta renomada artista, que nasceu no Japão mas naturalizou-se brasileira, dois grandes museus do país abriram suas portas para homenageá-la. Em São Paulo, o Instituto Tomie Ohtake apresenta, de 22 de novembro a 02 de fevereiro, a exposição Gesto e Razão Geométrica, com curadoria de Paulo Herkenhoff. O crítico e profundo estudioso de Tomie reuniu cerca de 60 trabalhos, a maioria pinturas que abordam como o racionalismo da construção geométrica encontra a pincelada gestual que propõe a linha orgânica, formando aí uma das características importantes da obra da artista.



A grande mostra comemorativa, que acontece no instituto assinado pelo filho da artista, Ruy Ohtake, abriga trabalhos seminais e um expressivo conjunto de obras que trazem variações formais, como os retângulos, as sombras, a arquiteturas, as elipses, os círculos e as sobreposições.



Já o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) abre a exposição Pinturas Cegas, que foi realizada no ano passado em São Paulo e agora chega à capital carioca. Os visitantes poderão ver até dia 02 de fevereiro 24 obras pintadas por uma Tomie Ohtake de olhos vendados durante os anos de 1959 e 1962.



“Quando fiz esta série de olhos fechados, buscava retirar a cor e a forma para encontrar o osso da pintura”, afirma a artista. Para Paulo Herkenhoff, curador da mostra, “Tomie põe-se em estado de cegueira porque vê. Negado o olhar em etapa da execução, as pinturas cegas inutilizam a claridade e os dispositivos sensoriais”.



As “pinturas cegas” de Tomie – experimento que remete à tradição do questionamento da relação entre cegueira e arte – formam uma corrente única na história da arte brasileira, uma vez que a modalidade de pintar com os olhos cobertos não é comum ou corriqueira no panorama da arte no país.

COMENTÁRIOS

  • Luiz Henrique Serafim Bronka - 30/12/2013 10h48
    A arquiteta da arte, simplesmente artístico. Parabéns

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