GUGGENHEIM DE BILBAO

A versão espanhola do consagrado museu tem como principal atração a sua própria arquitetura.

A colaboração do governo Basco e da Fundação Solomon R. Guggenheim tornou possível a realização de um dos mais ambiciosos projetos culturais do século XX, o Museu Guggenheim Bilbao. Ele foi idealizado e projetado com o objetivo de revitalizar a cidade de Bilbao e, desde a época de sua abertura, em 1997, tem cumprido sua missão. Tornou-se a principal atração de Bilbao, atraindo turistas de todo o mundo para a cidade que já figura entre as mais visitadas da Espanha.



O Museu é a obra prima do arquiteto americano Frank O. Gehry, conhecido por recriar em seus projetos as características físicas e culturais dos locais onde constrói. Como a cidade portuária de Bilbao é marcada pela construção de navios, o edifício do Museu parece ter a forma de um barco quando visto do rio. Caracteriza-se por formas retorcidas e curvilíneas compostas de uma série de volumes conectados, alguns cobertos por calcário e outros por placas metálicas de titânio, que lembram escamas de peixe. Para conectar os volumes são utilizadas paredes de vidro que dão o efeito de transparência. Esse design arrojado e inovador do museu, além de criar um cenário atraente para a arte em exibição, é, ele próprio, sua principal atração.



Envolve uma área de 24.000 m2, contendo não só espaço para exposições, mas também um auditório, um restaurante, um café, uma biblioteca e grandes áreas abertas ao público. O coração do Museu é o átrio central, com surpreendentes 50 metros de altura, que guia os visitantes através de elevadores de vidro e passagens de metal até as salas de exibição em três níveis de galerias. As exposições temporárias e obras de grande escala ficam numa galeria excepcional de 130 metros de comprimento e 30 metros de largura, que passa por baixo da Ponde de La Salve e vai até uma torre que simula abraçar a ponte, unindo-a ao edifício.



A coleção permanente do Museu Guggenheim Bilbao contém, principalmente, obras de artistas de destaque do século XX, e inclui exemplos significativos da Pop Art, Minimalismo, Arte Conceitual, Expressionismo Abstrato, enfim, peças que se conjugam harmonicamente com sua aparência futurística. Algumas peças foram feitas especialmente para caber em suas salas de exibição, como a “Serpente”, de Richard Serra.
Os desafios que os arquitetos e engenheiros encontraram em virtude das formas complexas do Museu também chamam a atenção. Alguns especialistas questionaram a possibilidade de execução da obra. A partir disto, duas equipes, uma em Bilbao e outra em Los Angeles, trabalharam na elaboração o projeto que se tornou realidade graças ao uso de um programa avançado de desenho tridimensional chamado Catia. O programa permitiu o desenho escultural, mantendo o controle da geometria e construtividade. 



Essa construção de caráter quase experimental teve alto custo e suas inúmeras inovações elevaram, também, seus custos de manutenção e limpeza, além de gerar questionamentos quanto à função do Museu, que se tornou mais atraente que as próprias obras expostas. Indagações à arte, a combinação de cada elemento - seja a obra ou a sala de exposição – volumes, curvas, materiais, luz e cor, estabelecem uma confluência entre arte e arquitetura para oferecer uma experiência única!