A arte pode se originar de infinitos aspectos, materiais e plataformas diferentes. Água, café, lixo, madeira, ouro, chocolate, cubos mágicos são apenas uma pequena parte do sempre rico universo artístico. A brasileira Maria Nepomuceno encontrou seu estilo e sua forma de se expressar utilizando um processo artesanal bem popular no país, através de linhas coloridas feitas com cordas entrançadas. Sua obra, já festejada pela crítica internacional, ganhou no começo do ano a exposição “Tempo para Respirar”, apresentada pela primeira vez na galeria pública Turner Contemporary, Margate, em Londres.
Agora é a vez do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro receber a mostra, que ocupa o Espaço Monumental da instituição. A instalação que emprestou seu nome à individual de Nepomuceno foi feita com móveis, madeira, palha trançada, fibra de vidro, contas de colar, resina, entre outros materiais, que materializam a imaginação da artista. As formas esculturais e lúdicas sobem e descem pelas paredes do espaço e se misturam a bolas, redes e vasos em uma costura quase que simbiótica.
A brasileira conta que a obra “é uma paisagem fantástica que remete ao Cosmos, um deserto com inúmeros vulcões e, ao mesmo tempo, um ambiente onde a natureza é fértil e espalha suas raízes, criando um grande sistema circulatório que irriga todo o espaço de energia vital. É uma obra sensorial em que o espectador ouve sons e interage com seus elementos. Este trabalho fala de ancestralidade, de origem e de tempo. O tempo da obra é o tempo de suspensão, um tempo eterno da contemplação dos ciclos, da infinitude da vida e sempre propondo a integração entre homem, natureza, passado, presente e infinito”.
“Tempo de Respirar” fica até o dia 8 de setembro de 2013 no MAM Rio.