PENGUIN POOL
O Arquiteto Daniel Mangabeira divide suas emoções e sensações experimentadas ao conhecer uma das jóias da arquitetura britânica.
Publicado em: 06/07/2017
Adoro joias, principalmente aquelas construídas em tamanho real. Não aquelas que brilham, mas aquelas que fazem nossos olhos brilharem!
Aquelas que encantam pela originalidade, pela proporção, pela ousadia e ao mesmo tempo pela simplicidade. Adoro aquelas que não podem ser retocadas, pois se assim o forem, perdem a proporção.
Gosto de joias de todas as cores, mas admito que aquelas com cores fortes me encantam. Quando todas as cores juntas transformam-se em uma, faz-se a meu ver, a mais bela das cores. A branca. Uma cor com dois gêneros. O branco e a branca. Tantas outras são somente cores, a branca é feminina, é sensual, envolvente e universal, mas também é masculina, firme e atemporal.
Em Londres, dentro do zoológico mais antigo do mundo inaugurado em 1828, no meio de nada significativamente interessante, escondida atrás dos galhos das árvores, encontramos uma linda joia... A Penguin Pool ou Piscina dos Pinguins.
Idealizada pelos arquitetos Lubetkin, Drake e Tecton Group em 1934, a Piscina é uma das primeiras construções modernas do Reino Unido e hoje é tombada pelo patrimônio histórico do Governo Britânico, listado em Grau 1 de importância, mas apreciada e conhecida por poucos.
Desativada e relativamente abandonada, mantém em seus traços marcantes, curvilíneos e precisos, as características inovadoras que a transformaram em ícone moderno de Londres.
Durante as quase duas horas que passei ao lado desta pequena construção, que certamente agrada mais aos nossos olhares do que aos seus antigos moradores, os pinguins, ouvi inúmeras demonstrações de incompreensão. Alguns indagavam: “cadê os pinguins? Se eles não estão aqui, por que isso aqui ainda está?” ou “que negócio estranho!” entre outros comentários que me fizeram perceber que a história da arquitetura é conhecida por poucos e incompreendida por muitos.
A cada comentário, minha contemplação aumentava e minha admiração e carinho iam ganhando proporção. Vi-me tomado por um desejo de abraçar aquela pequena criatura... De dizer-lhe que assim como eu, muitos outros também a admiram, gostam e entendem... Como se aquelas paredes brancas pudessem entender o carinho espontâneo que tive e pudessem retribuir o abraço... Lúdico e inexplicável.
Fotos: Daniel Mangabeira
Firmei ali o compromisso de apresentá-la a muitos outros e de uma forma bem íntima, ao contrário da etiqueta britânica, dei um “até breve” àquela obra, que já resistiu por muito tempo e certamente resistirá por muito mais, levando comigo a lembrança de ter experimentado e “espacializado" uma joia. A Penguin Pool é dessas joias que sempre brilharão, mesmo que para poucos.
Aquelas que encantam pela originalidade, pela proporção, pela ousadia e ao mesmo tempo pela simplicidade. Adoro aquelas que não podem ser retocadas, pois se assim o forem, perdem a proporção.
Gosto de joias de todas as cores, mas admito que aquelas com cores fortes me encantam. Quando todas as cores juntas transformam-se em uma, faz-se a meu ver, a mais bela das cores. A branca. Uma cor com dois gêneros. O branco e a branca. Tantas outras são somente cores, a branca é feminina, é sensual, envolvente e universal, mas também é masculina, firme e atemporal.
Em Londres, dentro do zoológico mais antigo do mundo inaugurado em 1828, no meio de nada significativamente interessante, escondida atrás dos galhos das árvores, encontramos uma linda joia... A Penguin Pool ou Piscina dos Pinguins.
Idealizada pelos arquitetos Lubetkin, Drake e Tecton Group em 1934, a Piscina é uma das primeiras construções modernas do Reino Unido e hoje é tombada pelo patrimônio histórico do Governo Britânico, listado em Grau 1 de importância, mas apreciada e conhecida por poucos.
Desativada e relativamente abandonada, mantém em seus traços marcantes, curvilíneos e precisos, as características inovadoras que a transformaram em ícone moderno de Londres.
Durante as quase duas horas que passei ao lado desta pequena construção, que certamente agrada mais aos nossos olhares do que aos seus antigos moradores, os pinguins, ouvi inúmeras demonstrações de incompreensão. Alguns indagavam: “cadê os pinguins? Se eles não estão aqui, por que isso aqui ainda está?” ou “que negócio estranho!” entre outros comentários que me fizeram perceber que a história da arquitetura é conhecida por poucos e incompreendida por muitos.
A cada comentário, minha contemplação aumentava e minha admiração e carinho iam ganhando proporção. Vi-me tomado por um desejo de abraçar aquela pequena criatura... De dizer-lhe que assim como eu, muitos outros também a admiram, gostam e entendem... Como se aquelas paredes brancas pudessem entender o carinho espontâneo que tive e pudessem retribuir o abraço... Lúdico e inexplicável.
Fotos: Daniel Mangabeira
Firmei ali o compromisso de apresentá-la a muitos outros e de uma forma bem íntima, ao contrário da etiqueta britânica, dei um “até breve” àquela obra, que já resistiu por muito tempo e certamente resistirá por muito mais, levando comigo a lembrança de ter experimentado e “espacializado" uma joia. A Penguin Pool é dessas joias que sempre brilharão, mesmo que para poucos.